quarta-feira, 30 de abril de 2014

Leão usa dois pesos e duas medidas para morder o cidadão

Foto: Internet

Hoje e durante todo este mês de abril milhões de cidadãos tornaram-se, mais do que nunca, verdadeiros pobres mortais diante dos dentes afiados do Leão. Isso porque o governo federal tem usado dois pesos e duas medidas para cobrar o Imposto de Renda dos brasileiros.

Enquanto nos últimos 17 anos, o IGPM-M foi reajustado em 335%, na hora de o cidadão aplicar os descontos relativos aos pagamentos efetuados no ano-base 2013, a Receita Federal, em alguns casos, só colocou na balança 90% em favor do contribuinte. Exemplo: o desconto permitido com gastos com educação em 1996 era de até R$ 1.700. Hoje, ficou em R$ 3.230,46. Se fosse aplicado o índice real, o contribuinte  teria direito a um abatimento de R$ 7.389,00.

Foto: Internet
Tenho certeza de que todo cidadão não se negaria a pagar, com prazer, impostos socialmente justos, vendo o resultado traduzido nas ruas, com ensino, saúde, transportes públicos, segurança e saneamento básico de qualidade. Colocando na balança, é fácil perceber que o Estado é um grande sonegador.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Expedição 4 Cantos começa com o pé direito


Foto: Marcos Paixão
Quando o sol amanheceu estalando no último sábado, interrompendo uma sequência de dias chuvosos, disse comigo mesmo: até a natureza está do lado do projeto Expedição 4 Cantos.  O entusiasmo do público que compareceu à mística Ermida Dom Bosco comprova que a proposta que tive a felicidade de idealizar foi abraçada pela população de Brasília já a partir de seu lançamento.
A força da juventude estava ali representada pelos grupos de ciclistas, cavaleiros e amazonas, motociclistas, jipeiros e pelos alunos e alunas da rede oficial de ensino de Planaltina. A Expedição 4 Cantos é a cara da população brasiliense, que tem como traço forte a diversidade cultural.

Foto: Marcos Paixão
O projeto também tem a marcada diversidade, pois está estruturado sobre uma matriz multidisciplinar. Desenvolve-se em quatro rotas que saem da Ermida Dom Bosco e vão até os vértices formados pelo quadrilátero do mapa do DF. Por elas, acontecerão atividades de educação ambiental, de fomento ao turismo, esporte e lazer, e da divulgação da cultura regional, incluindo a sua rica culinária.  Uma rota já foi inaugurada. Agora, vamos caminhar, pedalar, cavalgar, proteger o meio ambiente, aventurar pelas trilhas em duas ou quatro rodas para implantar as outras três.
Foto: Marcos Paixão
Foto: Marcos Paixão


Foto: Marcos Paixão







sexta-feira, 25 de abril de 2014

Mordomia de reis


Foto: Internet
Brasil x Espanha. Quem ganha? Brasil, claro!  Até arriscaria o otimista palpite do final da Copa das Confederações: três a zero. Embora estejamos às vésperas da Copa do Mundo, a conversa aqui não é sobre futebol, mas sobre os valores que o cidadão brasileiro paga pelos serviços de um parlamentar na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Nessa disputa, o time espanhol vence por dez a zero, jogando descalço e de olhos fechados.

No Brasil, um parlamentar no Congresso Nacional custa mais de R$ 10 milhões por ano ao contribuinte. Na Espanha, fica por cerca de R$ 850 mil, segundo um dos levantamentos da ong Transparência Brasil.

A herança medieval da monarquia, marcada pelos privilégios da corte em detrimento dos interesses do povo, fez escola em nosso país. Curioso é que na vizinha Argentina a coisa não pegou tanto. O custo de um congressista fica na média de R$ 1,3 milhão por ano.

Foto: Internet
Na Suécia, país que detém uma das maiores rendas per capitas do mundo, o parlamentar não tem salário fixo, ganha uma modesta indenização por sessão trabalhada para aprovar algum projeto, não dispõe de carro e motorista pagos pelos cofres públicos, telefone, passagens aéreas e outras benesses brasileiras.

Mudança de cultura leva tempo. Uma das maneiras do cidadão interferir, acelerar o processo para mudar o país é atuando diretamente pelos caminhos que a própria democracia oferece. Um deles é votando.

 

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Pluft, acabou a luz!

Foto: Internet
De repente, um clarão no céu, seguido de grande estampido e tudo fica escuro. Começa então o apalpamento meio sem rumo atrás de um toco de vela e da esquecida caixa de fósforo. Quem sabe, a velha lanterna? Sem pilha. O jeito é apelar para a multifuncional e salvadora luz do celular. Cenas como essas devem ter sido vividas pelos milhares de moradores da Asa Norte e de outras localidades do Distrito Federal, surpreendidos com o apagão de ontem à noite.
O episódio mostra mais uma vez como o homem continua vulnerável às leis da natureza. A população da cidade de São Paulo, por exemplo, há meses vive amedrontada pelo fantasma do racionamento. Isso às vésperas de sediar a abertura da Copa do Mundo da Fifa. Tudo depende do humor de São Pedro. Ou seja, basta faltar chuva ou um cabo de rede arrebentar durante uma trovoada, como foi o caso de Brasília, todo mundo fica na mão.

Foto: Internet
Há algumas décadas soava bem dizer que o Brasil tinha vocação para hidrelétricas. Mas os tempos são outros. Os avisos da natureza mostram que precisamos investir em novas fontes de energia, como a proveniente da luz solar, farta em todo território nacional. A diversificação da matriz energética é fundamental para garantir o desenvolvimento sustentável do país. Do contrário, toda a atividade econômica continuará andando por um fio. E lentamente.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

A imprensa e “o dever da verdade”


O sociólogo Marshall McLuhanensina em sua obra homônima que “O meio é a mensagem”, trabalho que logo se tornaria referência obrigatória nos cursos de Jornalismo do mundo inteiro. Com a frase-título, o estudioso canadense já previa o determinismo tecnológico que hoje domina as diferentes atividades humanas.


Foto: Internet
Mas, antecipando-se às previsões do canadense, nosso brasileiro Rui Barbosa, em meados de 1920, já se preocupava com uma questão cuja importância está acima dos avanços da tecnologia na imprensa: á ética da profissão de jornalista. Em 1920, o ilustre baiano resumia seu ensinamento na frase que dava nome a uma de suas concorridas palestras: “O dever da verdade”.

 
Para Rui Barbosa, "A imprensa é a vista da Nação". Por isso, como uma preciosa ferramenta, precisa, antes de tudo, ser limpa. Do contrário, em vez de fazer o papel de olhos ou de um lapidado cristal, torna-se uma “lente turva”, cede espaço à obscuridade que cega a notícia da realidade e, por consequência, a própria, sociedade.


Foto: Internet
A imprensa é um serviço de utilidade pública em seu sentido literal. Por isso, um dos elementos fundamentais que diferencia algum fato da notícia é o interesse público da mensagem veiculada.

É fácil concluir que os colonizadores impuseram um preço elevadíssimo aos brasileiros, ao proibirem a circulação de qualquer publicação no país. Foram três séculos de censura. Mas o jornalismo brasileiro deu a vota por cima. E, ao comemorar o dia da categoria hoje, Brasília contribui para fortalecer a memória da imprensa do país, ao estampar nas bancas e nos meios digitais o nome do primeiro jornal brasileiro, o Correio Braziliense, originalmente lançado em Londres pelo exilado e idealista Hipólito José da Costa. Detalhe: a edição era de 1º de junho de 1808, chegou ao Rio de Janeiro em outubro, mas foi logo apreendida pelo governo.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Transporte público vive décadas de atraso

Foto: Internet
A viagem experimental do Expresso DF, sistema conhecido pelas iniciais BRT, de Bus Rapid Transit, pelo trecho Gama-Plano Piloto, cria um alento de dias melhores para os usuários e estimula a discussão sobre o caótico transporte público que inferniza a vida de milhões de brasileiros.
 A falta de interesse em equacionar as necessidades básicas da população fez com que governantes, ao longo de décadas, ignorassem a necessidade de investir em um sistema de transporte público eficiente no Brasil. Refiro-me àqueles sobre trilhos. Para se ter ideia, enquanto Nova York inaugurou sua linha de metrô em 1904, o primeiro metrô do Brasil, o da cidade de São Paulo, começou a rodar setenta anos depois, em 1974, quando a capital já possuía cinco milhões de habitantes.  E o de Brasília, dominada até pouco tempo por um cartel de empresas, só entrou em operação em 2001.
Foto: Internet
Ao fechar os olhos para o problema, atendendo interesses das montadoras de automóveis, sucessivos governos transferiram para o bolso da população o ônus do transporte público, que, nos países verdadeiramente desenvolvidos, é arcado pelo Estado.  Contando apenas com o obsoleto e sofrível sistema de ônibus, o cidadão sentiu-se obrigado a adquirir seu carro, cujo preço é absurdamente majorado pela bola de neve dos impostos e, mais recentemente, pela agiotagem das linhas de crédito a perder de vista.

O conceito de cidadania, muito em moda na retórica oficial, não passa de palavra vã. Porque a verdadeira cidadania implica garantir acesso a serviços públicos de qualidade à população, entre eles, o de transporte. Enquanto se isso não acontecer, continuaremos andando de ré.