quarta-feira, 9 de julho de 2014

O choro verde-amarelo que comoveu a Nação



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Somos conhecidos como o país do futebol desde que o mundo assistiu aos dribles endiabrados de Mané Garrincha, cujo nome hoje honra nossa Capital com um estádio, e pela genialidade do franzino garoto chamado Pelé e seus gols de placa nos campos da Suécia, em 1958.

O futebol tornou-se assim um elemento de construção da identidade desta Nação. Principalmente, a Seleção Brasileira. Assim como o Hino, a Bandeira, o futebol tornou-se um símbolo nacional. É em jogos da Copa do Mundo que o povo canta o “Ouviram do Ipiranga” com peito retumbante de orgulho e hasteia o Pavilhão Nacional com inigualável ardor pelas ruas. Por isso, uma derrota da Seleção Brasileira toca no coração do povo como a derrota da própria Nação. Provoca a enorme dor da criança chorando na arquibancada com o rostinho pintado de verde-amarelo. Cena que comoveu o mundo. As lágrimas que embaçavam as lentes grossas do pequenino representavam as lágrimas de milhões de torcedores.

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É possível fazer uma relação entre o humilhante placar de sete a um imposto pela Alemanha ontem, no Mineirão, e a situação política e socioeconômica do País. O Brasil dispõe de jogadores talentosos o suficiente para colocar em campo a mais competitiva seleção do mundo. Do mesmo modo, é detentor de um invejável patrimônio natural, possui um dos maiores PIB do Planeta, os impostos abarrotam os cofres da Receita Federal o bastante para garantir bem-estar social a toda população. Mas, assim como no futebol, o povo sofre penalizado pela falta de hospitais, ensino de qualidade, transportes públicos decentes, segurança e todos os demais requisitos de uma verdadeira cidadania. Por que? Use a cabeça e responda você mesmo.


Foto: Internet

sábado, 14 de junho de 2014

Comunidade do Gama: gol de cidadania

Ao participar da audiência pública convocada pela Secretaria de Assuntos Estratégicos do DF, realizada na manhã deste sábado, 14, no Setor Oeste do Gama, percebi claramente um sentimento de abandono nas queixas dos moradores. “Queremos ser ouvidos, queremos que nossos pedidos sejam atendidos”, bradou Maria Estela Abadia de Sousa (foto), reproduzindo a queixa das centenas de participantes do evento.
     
O padre Alex Novais de Brito, da igreja Nossa Senhora da Aparecida, sensibilizado com a situação, articulou-se com os fiéis e fez levar as reivindicações da comunidade à secretária de Assuntos Estratégicos do DF, Joacinara Jansen.
A maior preocupação dos moradores é com a falta de segurança. Pelo fato de estar servindo de ponto de refúgio de usuários e traficantes de drogas, pedem que o terreno defronte à igreja seja regularizado para a realização das suas atividades tradicionais, como Festa Junina, comemoração do Dia das Mães, Dia dos Pais, festividades do período da Páscoa, Natal, entre outros eventos religiosos. O local também servirá de ponto de apoio para os paroquianos prosseguirem com as diversas atividades de cunho social que são empreendidas ao longo do ano.
Segundo relata a vizinhança,  a promiscuidade tomou conta de um lugar que, anos atrás, era o palco preferido para as brincadeiras da criançada. Muitas daquelas crianças são os pais que hoje pedem a recuperação do espaço para um uso familiar. A comunidade, pela sua mobilização, recorrendo aos meios legítimos de reivindicação, marcou um belo gol de cidadania.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Brasília precisa entrar nos trilhos...

Foto: Internet
Embora chegue com atraso, pois os usuários sofrem os desconfortos do capenga sistema de transportes públicos desde a inauguração da capital, a entrega do Expresso DF Sul, trecho Santa Maria – Plano Plano pelo governador Agnelo Queiroz, e o anúncio da expansão da linha do metrô para a Asa Norte representam o início de uma mudança radical e muito benvinda na concepção do sistema, até há pouco tempo monopolizado por meia dúzia de empresários.
Logo que assumi a Secretaria de Assuntos Estratégico (Seae), criei o projeto Brasília + 50, para subsidiar o governo com propostas inovadoras e de longo prazo. Um dos objetivos era projetar a Brasília que queremos para nossos filhos e netos daqui a meio século. Pois, na vida de uma cidade, o calendário é outro. Cinquenta anos passam voando...
Foto: Internet
Uma das prioridades elencadas pela Seae foi justamente o item mobilidade, sinônimo de civilidade, modernidade e um dos direitos básicos de cidadania. Quando inaugurada, Brasília foi considerada a cidade mais moderna do mundo. Infelizmente, os governantes que sucederam JK pararam no tempo e não acompanharam a evolução dos sistemas de transportes públicos praticados no restante do Planeta. Por vários motivos e interesses escusos, a população é que acabou pagando o pato. Brasília precisa se livrar da pecha de “cidade do automóvel”, onde o pedestre não tem vez, e entrar literalmente nos trilhos o quanto antes.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

É gooooool de Brasília!...

Foto: Internet
Pelo título acima, você pode pensar que estou maluco por pelo menos dois motivos: 1º – quem vai disputar a Copa do Mundo é o Brasil, não Brasília; 2º - ninguém marcou gol algum até agora, porque a bola só começa a rolar amanhã, no Itaquerão. Mas, por mais esdrúxulo que pareça, insisto em gritar gol de Brasília. E vou explicar o porquê: A nossa capital é a cidade-sede mais procurada pelos turistas brasileiros que vão assistir aos jogos, com 17% da preferência, de acordo com pesquisa do Ministério do Esporte. A segunda colocada é São Paulo (14%) e a terceira, Belo Horizonte, com 13%.

Por vários aspectos, capital da República tem perfil para o turismo. O belo e infinito céu azul, cantado por amantes e poetas, o urbanismo inovador, a coleção de obras do genial Oscar Niemeyer expostas ao ar livre, a invejável área verde, entre outros atrativos, não podem ser vistos como mero elementos de contemplação. Precisam, sim, serem utilizados como vantagens competitivas para conquistar mercado, o que é corroborado pelos percentuais da pesquisa do governo federal.

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Assim como Campos do Jordão estabeleceu a estratégia de ser conhecida como a Suíça brasileira, para fazer do turismo sua principal atividade econômica, dentro do conceito da sustentabilidade, Brasília acerta ao tentar se firmar como capital de grandes eventos, como a Copa do Mundo da FIFA, a prova da Fórmula Indy ano que vem, o 20º Congresso Mundial de Tecnologia da Informação em 2016, que reunirá cerca de 15 mil visitantes, e a Universíade 2019, as chamadas olimpíadas universitárias.Ou seja, muitos outros gols estão a caminho, além daqueles que Neymar e companhia vão fazer no Mané Garrincha...

quinta-feira, 5 de junho de 2014

A bola vai rolar, e o WhatsApp também

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Daqui a poucos dias a bola começa a rolar nas arenas da Copa do Mundo. A expectativa é que as manifestações populares, contrárias ao evento, tornem-se mais frequentes. Sócrates já dizia que o indivíduo que apenas habita uma cidade não é cidadão no sentido pleno. Para ele, cidadão é aquele que participa da vida cívica, atua, movimenta-se, influencia.
Portanto, manifestar-se contra ou a favor de alguma coisa constitui ato cidadão. Mas cabe aqui fazer uma importante ressalva: o sábio filósofo nunca ensinou que cidadania fosse sinônimo de pilhagens, depredações e até de assassinatos, como o do cinegrafista da Rede Bandeirantes Santiago Andrade. Vandalismo depõe contra o propósito daqueles que apenas reivindicam seriedade na aplicação de recursos públicos num país carente de serviços de saúde, boa qualidade de ensino, transportes públicos e outros atendimentos.
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Na era do WhatsApp, o poder das redes sociais, que já era enorme, cresce ainda mais. Por isso mesmo, seu uso exige mais responsabilidade, para não se tornar uma arma nociva nas mãos de manipuladores, que podem transformar uma multidão pacífica numa turba inconsequente. Basta lembrarmos o recente e insano episódio ocorrido em Guarujá, São Paulo, que vitimou uma cidadã inocente, linchada por populares até a morte, conduzidos por uma mensagem de má fé postada numa página da internet.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Próxima parada, estação das “magrelas”

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Para o bem de todos e felicidade geral da mobilidade, Brasília oficializa a bicicleta como meio de transporte alternativo. A construção de centenas de quilômetros de ciclovias e, agora, a inauguração de dez estações das populares “magrelas” para serem usadas gratuitamente pelo público vai incentivar muita gente a trocar o automóvel ou os demorados ônibus pelas saudáveis pedaladas.
A expectativa é animadora, pois mesmo em países que dispõem de transportes modernos, entre eles, o metrô, e de outros serviços que garantem mobilidade segura e confortável à população, a bicicleta sobrevive. Mais do que isso, a presença da popular “magrela” cresce cada vez mais nas ruas, consolidando-se como meio de locomoção de baixíssimo custo, saudável e ambientalmente sustentável.

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O trânsito caótico das grandes cidades chinesas não destronou a bicicleta como o principal meio de transporte da população; a Holanda, país altamente desenvolvido, é conhecida como “o país das bicicletas”. Até nos Estados Unidos, “o país do automóvel”, as bicicletas, com ou sem ciclovias, dividem pacificamente o espaço com os automóveis nas ruas de Nova York. Tanto na “grande maçã”, Londres, Paris ou Amsterdã, já existe o serviço de estações de bicicletas para uso público. Agora, chegou à vez de Brasília entrar definitivamente nesse inteligente clube do pedal.

 

quarta-feira, 21 de maio de 2014

O gostoso “mexido” cultural de Brasília

Foto: Internet
Você sabia que hoje, 21 de maio, é o Dia Mundial da Diversidade Cultural? Brasília, mais do que qualquer outra cidade brasileira, tem mil motivos para comemorar essa data. A explicação está em sua origem. Cada tijolo, cada balde de concreto, cada via rasgada no Cerrado tem a marca de uma região, pois o sonho de Juscelino Kubitschek foi edificado pelas mãos de trabalhadores de todas as regiões do país, do Oiapoque ao Chuí.
A convivência de diversas raças, hábitos, tradições e experiências nos canteiros de obra da capital produziu uma rica mistura, ou como diria o antropólogo francês Claude Lévis-Strauss, um “mexido” cultural dos mais variados temperos.
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Nas rodas de amigos, é possível saborear desde o pato no tucupi ao churrasco gaúcho. Isso na culinária. Nas artes em geral e em particular na música, a diversidade se manifesta com igual pluralidade.

Além da força do roque, a capital assumiu a posição de maior centro de chorinho do país, e plantou a semente do bumba-meu-boi pelas mãos saudosas do mestre Teodoro. E não para por aí, pois Ceilândia, movida pela população de origem nordestina, festeja o “Maior Forró do Centro-Oeste” e conta ainda com a Casa do Cantador, reduto do cordel. E temos ainda o carimbó, a folia de Reis, o frevo do Galinho de Brasília. E por aí vai. Como disse o sociólogo Gilberto Freyre, Brasília é mesmo um Brasil feito de vários brasis.
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domingo, 11 de maio de 2014

O novo desafio das supermães

Foto: Marcos Paixão 
Todas as mães brasileiras estão de parabéns, não apenas pela data comemorativa de hoje, mas pelas vitórias conquistadas, às vezes anonimamente, todos os dias do ano nas diversas atividades do cotidiano.

Neste mundo moderno, o conceito de mãe está muito além do símbolo da maternidade, que, durante milênios, foi a principal marca da identidade feminina. 

Os tempos são outros. A quebra de paradigmas que nortearam as relações familiares durante séculos, ao mesmo tempo em que significou um grito de liberdade, criou inúmeros conflitos e situações que testam diariamente a capacidade das mulheres. Agora, elas conciliam, com amor e garra, o sublime papel de gerar e dar à luz novas vidas com a necessidade de ser uma competitiva profissional no mercado de trabalho. Missão de supermãe.

Foto: Marcos Paixão 
Não existe completitude na vida. Há sempre algo por que lutar, uma diferença a igualar. E hoje o desafio que se apresenta diante das brasileiras é conquistar “igualdade de oportunidades” também na política. E isso só se tornará realidade quando elas aumentarem significativamente a sua participação nas cadeiras do Legislativo, para, de igual por igual, e muito sabiamente, propor e aprovar medidas em busca de uma sociedade mais justa. 

Nunca é demais lembrar: votar e ser votada ainda são as formas mais legítimas e eficazes de implementarmos as mudanças que o povo pediu nas manifestações de rua.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

A Jair Rodrigues, um tributo de arrepiar!

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A memória do cantor Jair Rodrigues vai muito além das suas interpretações musicais, a mais famosa delas, “Disparada”, composta pelo lendário Geraldo Vandré e Theo de Barros, vencedora, em 1966, do II Festival de Música Popular Brasileira, prêmio dividido com “A Banda”, de Chico Buarque de Holanda.
Naquele ano, o golpe militar soprava a vela do seu segundo aniversário na sombra das casernas, a União dos Estudantes (UNE) batia seu coração forte como nunca, a diversidade cultural vivia de mãos, pés e bocas amordaçadas, passeatas, repressão, tortura, mortes e desaparecidos completavam o triste cenário.
A morte do alegre cancioneiro remete a um passado que todos querem esquecer. Por isso, o adeus do cantor levou muitos brasileiros a um momento de reflexão, uma vez que ele encarna a memória de um período histórico, que ninguém quer reviver. É justamente por isso que me sinto no dever de tirar o chapéu para a edição de ontem do site Estadão, que contextualizou historicamente o fato com extrema sensibilidade.
Foto: Internet
No conjunto do noticiário, o Estadão conectou o internauta a diversos vídeos de Geraldo Vandré, que, em sua voz misto de protesto e lamento, entoava o angustiado grito da sociedade na eterna “Para não dizer que não falei das flores”. Assim como “Coração de Estudante” durante a campanha das Diretas Já, a canção de Geraldo Vandré representou o hino nacional brasileiro naquela triste época. Depois de meio século, resgatar essa canção sob o aplauso ovacionado de milhares de pessoas que lotavam o Maracanãzinho foi mesmo um tributo de arrepiar! O já saudoso

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Igualdade de oportunidades para o trabalhador

Foto: Internet
Em 1956, os candangos construíram na Candangolândia, voluntariamente, a primeira igrejinha do Distrito Federal. Feito de madeira, o singelo e histórico templo foi batizado com o nome do padroeiro dos trabalhadores: São José Operário.

Passado mais de meio século, o que o trabalhador mais queria ver hoje era o Estado cumprindo o seu papel com todos aqueles que fazem de seu ofício um meio digno de sobrevivência. Não pensem que estou pedindo mais paternalismo do que já existe hoje. Para não deixar dúvidas, recorro ao velho e sábio Luiz Gonzaga, que diz em Vozes da Seca:

 ...Mas doutor uma esmola/ A um homem que é são/Ou lhe mata de vergonha/ Ou vicia o cidadão.

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Quando o trabalhador, indistintamente de sua condição econômica, tiver acesso a ensino público de qualidade, saúde e a outros serviços básicos eficientes, dignos de uma das maiores economias do mundo, todos vão bater palmas para valer. Pois assim ninguém dependerá do assistencialismo que humilha, subordina e atrofia o caráter, como ensina o Reio do Baião. Terá condições de brigar de igual por igual no mercado de trabalho e alcançar, por seus próprios méritos, a qualidade de vida condizente com uma verdadeira cidadania. Por isso, neste emblemático dia, parabenizo a todos com uma breve porém libertária conclamação: “Igualdade de oportunidades”.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Leão usa dois pesos e duas medidas para morder o cidadão

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Hoje e durante todo este mês de abril milhões de cidadãos tornaram-se, mais do que nunca, verdadeiros pobres mortais diante dos dentes afiados do Leão. Isso porque o governo federal tem usado dois pesos e duas medidas para cobrar o Imposto de Renda dos brasileiros.

Enquanto nos últimos 17 anos, o IGPM-M foi reajustado em 335%, na hora de o cidadão aplicar os descontos relativos aos pagamentos efetuados no ano-base 2013, a Receita Federal, em alguns casos, só colocou na balança 90% em favor do contribuinte. Exemplo: o desconto permitido com gastos com educação em 1996 era de até R$ 1.700. Hoje, ficou em R$ 3.230,46. Se fosse aplicado o índice real, o contribuinte  teria direito a um abatimento de R$ 7.389,00.

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Tenho certeza de que todo cidadão não se negaria a pagar, com prazer, impostos socialmente justos, vendo o resultado traduzido nas ruas, com ensino, saúde, transportes públicos, segurança e saneamento básico de qualidade. Colocando na balança, é fácil perceber que o Estado é um grande sonegador.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Expedição 4 Cantos começa com o pé direito


Foto: Marcos Paixão
Quando o sol amanheceu estalando no último sábado, interrompendo uma sequência de dias chuvosos, disse comigo mesmo: até a natureza está do lado do projeto Expedição 4 Cantos.  O entusiasmo do público que compareceu à mística Ermida Dom Bosco comprova que a proposta que tive a felicidade de idealizar foi abraçada pela população de Brasília já a partir de seu lançamento.
A força da juventude estava ali representada pelos grupos de ciclistas, cavaleiros e amazonas, motociclistas, jipeiros e pelos alunos e alunas da rede oficial de ensino de Planaltina. A Expedição 4 Cantos é a cara da população brasiliense, que tem como traço forte a diversidade cultural.

Foto: Marcos Paixão
O projeto também tem a marcada diversidade, pois está estruturado sobre uma matriz multidisciplinar. Desenvolve-se em quatro rotas que saem da Ermida Dom Bosco e vão até os vértices formados pelo quadrilátero do mapa do DF. Por elas, acontecerão atividades de educação ambiental, de fomento ao turismo, esporte e lazer, e da divulgação da cultura regional, incluindo a sua rica culinária.  Uma rota já foi inaugurada. Agora, vamos caminhar, pedalar, cavalgar, proteger o meio ambiente, aventurar pelas trilhas em duas ou quatro rodas para implantar as outras três.
Foto: Marcos Paixão
Foto: Marcos Paixão


Foto: Marcos Paixão







sexta-feira, 25 de abril de 2014

Mordomia de reis


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Brasil x Espanha. Quem ganha? Brasil, claro!  Até arriscaria o otimista palpite do final da Copa das Confederações: três a zero. Embora estejamos às vésperas da Copa do Mundo, a conversa aqui não é sobre futebol, mas sobre os valores que o cidadão brasileiro paga pelos serviços de um parlamentar na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Nessa disputa, o time espanhol vence por dez a zero, jogando descalço e de olhos fechados.

No Brasil, um parlamentar no Congresso Nacional custa mais de R$ 10 milhões por ano ao contribuinte. Na Espanha, fica por cerca de R$ 850 mil, segundo um dos levantamentos da ong Transparência Brasil.

A herança medieval da monarquia, marcada pelos privilégios da corte em detrimento dos interesses do povo, fez escola em nosso país. Curioso é que na vizinha Argentina a coisa não pegou tanto. O custo de um congressista fica na média de R$ 1,3 milhão por ano.

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Na Suécia, país que detém uma das maiores rendas per capitas do mundo, o parlamentar não tem salário fixo, ganha uma modesta indenização por sessão trabalhada para aprovar algum projeto, não dispõe de carro e motorista pagos pelos cofres públicos, telefone, passagens aéreas e outras benesses brasileiras.

Mudança de cultura leva tempo. Uma das maneiras do cidadão interferir, acelerar o processo para mudar o país é atuando diretamente pelos caminhos que a própria democracia oferece. Um deles é votando.

 

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Pluft, acabou a luz!

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De repente, um clarão no céu, seguido de grande estampido e tudo fica escuro. Começa então o apalpamento meio sem rumo atrás de um toco de vela e da esquecida caixa de fósforo. Quem sabe, a velha lanterna? Sem pilha. O jeito é apelar para a multifuncional e salvadora luz do celular. Cenas como essas devem ter sido vividas pelos milhares de moradores da Asa Norte e de outras localidades do Distrito Federal, surpreendidos com o apagão de ontem à noite.
O episódio mostra mais uma vez como o homem continua vulnerável às leis da natureza. A população da cidade de São Paulo, por exemplo, há meses vive amedrontada pelo fantasma do racionamento. Isso às vésperas de sediar a abertura da Copa do Mundo da Fifa. Tudo depende do humor de São Pedro. Ou seja, basta faltar chuva ou um cabo de rede arrebentar durante uma trovoada, como foi o caso de Brasília, todo mundo fica na mão.

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Há algumas décadas soava bem dizer que o Brasil tinha vocação para hidrelétricas. Mas os tempos são outros. Os avisos da natureza mostram que precisamos investir em novas fontes de energia, como a proveniente da luz solar, farta em todo território nacional. A diversificação da matriz energética é fundamental para garantir o desenvolvimento sustentável do país. Do contrário, toda a atividade econômica continuará andando por um fio. E lentamente.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

A imprensa e “o dever da verdade”


O sociólogo Marshall McLuhanensina em sua obra homônima que “O meio é a mensagem”, trabalho que logo se tornaria referência obrigatória nos cursos de Jornalismo do mundo inteiro. Com a frase-título, o estudioso canadense já previa o determinismo tecnológico que hoje domina as diferentes atividades humanas.


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Mas, antecipando-se às previsões do canadense, nosso brasileiro Rui Barbosa, em meados de 1920, já se preocupava com uma questão cuja importância está acima dos avanços da tecnologia na imprensa: á ética da profissão de jornalista. Em 1920, o ilustre baiano resumia seu ensinamento na frase que dava nome a uma de suas concorridas palestras: “O dever da verdade”.

 
Para Rui Barbosa, "A imprensa é a vista da Nação". Por isso, como uma preciosa ferramenta, precisa, antes de tudo, ser limpa. Do contrário, em vez de fazer o papel de olhos ou de um lapidado cristal, torna-se uma “lente turva”, cede espaço à obscuridade que cega a notícia da realidade e, por consequência, a própria, sociedade.


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A imprensa é um serviço de utilidade pública em seu sentido literal. Por isso, um dos elementos fundamentais que diferencia algum fato da notícia é o interesse público da mensagem veiculada.

É fácil concluir que os colonizadores impuseram um preço elevadíssimo aos brasileiros, ao proibirem a circulação de qualquer publicação no país. Foram três séculos de censura. Mas o jornalismo brasileiro deu a vota por cima. E, ao comemorar o dia da categoria hoje, Brasília contribui para fortalecer a memória da imprensa do país, ao estampar nas bancas e nos meios digitais o nome do primeiro jornal brasileiro, o Correio Braziliense, originalmente lançado em Londres pelo exilado e idealista Hipólito José da Costa. Detalhe: a edição era de 1º de junho de 1808, chegou ao Rio de Janeiro em outubro, mas foi logo apreendida pelo governo.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Transporte público vive décadas de atraso

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A viagem experimental do Expresso DF, sistema conhecido pelas iniciais BRT, de Bus Rapid Transit, pelo trecho Gama-Plano Piloto, cria um alento de dias melhores para os usuários e estimula a discussão sobre o caótico transporte público que inferniza a vida de milhões de brasileiros.
 A falta de interesse em equacionar as necessidades básicas da população fez com que governantes, ao longo de décadas, ignorassem a necessidade de investir em um sistema de transporte público eficiente no Brasil. Refiro-me àqueles sobre trilhos. Para se ter ideia, enquanto Nova York inaugurou sua linha de metrô em 1904, o primeiro metrô do Brasil, o da cidade de São Paulo, começou a rodar setenta anos depois, em 1974, quando a capital já possuía cinco milhões de habitantes.  E o de Brasília, dominada até pouco tempo por um cartel de empresas, só entrou em operação em 2001.
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Ao fechar os olhos para o problema, atendendo interesses das montadoras de automóveis, sucessivos governos transferiram para o bolso da população o ônus do transporte público, que, nos países verdadeiramente desenvolvidos, é arcado pelo Estado.  Contando apenas com o obsoleto e sofrível sistema de ônibus, o cidadão sentiu-se obrigado a adquirir seu carro, cujo preço é absurdamente majorado pela bola de neve dos impostos e, mais recentemente, pela agiotagem das linhas de crédito a perder de vista.

O conceito de cidadania, muito em moda na retórica oficial, não passa de palavra vã. Porque a verdadeira cidadania implica garantir acesso a serviços públicos de qualidade à população, entre eles, o de transporte. Enquanto se isso não acontecer, continuaremos andando de ré. 

quinta-feira, 27 de março de 2014

Marco Civil, a ética em segundo plano

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O Marco Civil da Internet, documento que estabelece normas de conduta, garantias, direitos e deveres na rede mundial, aprovado recentemente pela Câmara dos Deputados, deu muita importância ao que Executivo, parlamentares e lobistas denominaram  de “neutralidade” da rede, que, trocando em miúdos, trata das questões financeiras, serviços  e particularmente do item velocidade comercializados pelos provedores e megaempresas do setor. A questão de natureza ética, principalmente a que envolve publicação de conteúdos que gera danos a terceiros, os legisladores empurraram com a barriga.
Historicamente, o princípio da liberdade tem sido utilizado para criar subterfúgio e ferir direitos individuais ou de nações e, consequentemente, ferir a verdadeira liberdade. Não foi à toa que o pensador social-liberal Isaiah Berlin chegou a definir dois tipos de liberdade: liberdade positiva e liberdade negativa, cujos pormenores não cabe tratar neste espaço.
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Pelo texto aprovado e que agora será submetido ao Senado, as partes envolvidas na negociação lavaram as mãos para uma das questões mais polêmicas da discussão: a postagem de conteúdo que prejudica terceiros, moralmente ou materialmente. Os provedores ficaram numa situação bastante confortável. Só serão responsabilizados caso se neguem a acatar ordem judicial determinando a retirada da publicação do ar.
Sob o argumento de defender a liberdade de expressão e acabar com o que alguns segmentos denominaram de “censura privada”, os legisladores deixaram milhões de cidadãos brasileiros de boa fé à mercê da má fé de uma minoria. Porque até a parte prejudicada cumprir os trâmites legais e obter a tal ordem judicial, o estrago a sua imagem e  honra já se tornou irreparável.

Em resumo, ao longo de anos de discussão e de gasto de dinheiro público, os autores da proposta do Marco Civil ignoraram a máxima popular, sábia e até óbvia, que deveria nortear a linha do documento: o direito de um termina onde começa o direito do outro. 

sexta-feira, 21 de março de 2014

Síndrome de Down, amor acima do preconceito

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Segundo especialistas, aceitar a criança e amá-la, oferecendo um ambiente acolhedor é o primeiro passo a ser dado pela mãe que dá à luz um filho com síndrome de Down, cujo dia foi celebrado no último dia 21. Mas só comemorar uma data não é o bastante, pois a família precisa vencer o preconceito que, infelizmente, ainda contamina a sociedade. Em vez de lembrar da questão apenas uma vez ao ano, devemos fazê-lo todos os dias, uma vez que a discriminação, em qualquer situação, só produz resultados negativos para a humanidade.

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Segundo o IBGE, o Brasil possui cerca de 300 mil pessoas com síndrome de Down. Esse número nos leva a pregar o lema “igualdade de oportunidade”, o que implica o Estado cumprir seu dever constitucional de adotar políticas públicas para atender as necessidades dos portadores de síndrome de Down, promovendo sua inclusão social, promovendo assim a verdadeira cidadania.


Dia Mundial da Água: comemoração sem parabéns

O Brasil tem bons motivos para comemorar, neste 22 de Março, o Dia Mundial da Água. Mas alguns números mostram que precisamos estar alertas. O país é dono de 12% da água doce disponível no mundo e ainda abriga o maior rio em extensão e volume do Planeta, o Amazonas. Além disso, mais de 90% do território brasileiro recebe chuvas abundantes, com exceção do Semi-Árido nordestino, onde os rios são pobres e temporários.
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Mas o país enfrenta um grande problema de caráter cultural: o desperdício. Segundo dados do Instituto Sócio-Ambiental (ISA), o desperdício chega a 45% de toda a água ofertada pelos sistemas públicos. Nas cidades, esse percentual sobe para até 70%. Outro aspecto que coloca em risco o abastecimento é o desequilíbrio causado entre consumo e disponibilidade de fontes por região. Por exemplo: enquanto a Amazônia possui 78% da água superficial, no Sudeste, região que concentra a maior população do País, esse número cai para preocupantes 6%. São Paulo, hoje, está passando por uma situação crítica, noticiada quase diariamente pela imprensa. 

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Na zona rural, os recursos hídricos também são explorados de forma irregular, com o agravante da destruição de parte da vegetação protetora da bacia - mata ciliar. Sem falar na contaminação por meio de agrotóxico, cuja utilização indiscriminada coloca o país na indesejável condição de campeão mundial do consumo do produto.

Bombeiros: tecnologia a serviço do Porto Seco

Foto: Marcos Paixão
Recentemente, ao promover uma visita técnica de um grupo de alunos da faculdade SENAC 903 sul ao Porto Seco de Brasília, tive a oportunidade de testemunhar a entrega de onze veículos novos do Corpo de Bombeiros, equipados com os mais avançados recursos tecnológicos.
São caminhões tipo ABT (Auto-Bomba-Tanque), fabricados pela montadora Pierce e certificados pela NFPA 1001, norma americana de veículos de combate a incêndio. Possuem sistema de geração de espuma por ar comprimido, o que possibilita um rendimento sete vezes maior à capacidade do tanque, o equivalente a 28 mil litros.
Estabilidade jurídica e infraestrutura básica são alguns requisitos avaliados pelos investidores na hora de escolher o país ou o estado para ampliar seus negócios. Por isso, justifica-se todo investimento que beneficie o Porto Seco, centro de logística instalado na Saída Sul, às margens da BR-040.

Foto: Marcos Paixão
Pelo fato de agilizar o fluxo de insumos e de mercadorias, interiorizar os serviços aduaneiros, pulando degraus da burocracia, o Porto Seco reduz os custos da produção e cumpre seu objetivo principal: garantir competitividade aos produtos fabricados no DF no mercado interno e externo, gerar emprego, ampliando, com isso, as bases para um desenvolvimento sustentável da região.