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Foto: Internet |
A viagem
experimental do Expresso DF, sistema conhecido pelas iniciais BRT, de Bus Rapid
Transit, pelo trecho Gama-Plano Piloto, cria um alento de dias melhores para os
usuários e estimula a discussão sobre o caótico transporte público que
inferniza a vida de milhões de brasileiros.
A falta de interesse em equacionar as
necessidades básicas da população fez com que governantes, ao longo de décadas,
ignorassem a necessidade de investir em um sistema de transporte público eficiente
no Brasil. Refiro-me àqueles sobre trilhos. Para se ter ideia, enquanto Nova
York inaugurou sua linha de metrô em 1904, o primeiro metrô do Brasil, o da
cidade de São Paulo, começou a rodar setenta anos depois, em 1974, quando a
capital já possuía cinco milhões de habitantes. E o de Brasília, dominada até pouco tempo por
um cartel de empresas, só entrou em operação em 2001.
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Ao fechar os
olhos para o problema, atendendo interesses das montadoras de automóveis, sucessivos
governos transferiram para o bolso da população o ônus do transporte público,
que, nos países verdadeiramente desenvolvidos, é arcado pelo Estado. Contando apenas com o obsoleto e sofrível sistema
de ônibus, o cidadão sentiu-se obrigado a adquirir seu carro, cujo preço é
absurdamente majorado pela bola de neve dos impostos e, mais recentemente, pela
agiotagem das linhas de crédito a perder de vista.
O conceito de
cidadania, muito em moda na retórica oficial, não passa de palavra vã. Porque a
verdadeira cidadania implica garantir acesso a serviços públicos de qualidade à
população, entre eles, o de transporte. Enquanto se isso não acontecer,
continuaremos andando de ré.
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