quinta-feira, 3 de abril de 2014

Transporte público vive décadas de atraso

Foto: Internet
A viagem experimental do Expresso DF, sistema conhecido pelas iniciais BRT, de Bus Rapid Transit, pelo trecho Gama-Plano Piloto, cria um alento de dias melhores para os usuários e estimula a discussão sobre o caótico transporte público que inferniza a vida de milhões de brasileiros.
 A falta de interesse em equacionar as necessidades básicas da população fez com que governantes, ao longo de décadas, ignorassem a necessidade de investir em um sistema de transporte público eficiente no Brasil. Refiro-me àqueles sobre trilhos. Para se ter ideia, enquanto Nova York inaugurou sua linha de metrô em 1904, o primeiro metrô do Brasil, o da cidade de São Paulo, começou a rodar setenta anos depois, em 1974, quando a capital já possuía cinco milhões de habitantes.  E o de Brasília, dominada até pouco tempo por um cartel de empresas, só entrou em operação em 2001.
Foto: Internet
Ao fechar os olhos para o problema, atendendo interesses das montadoras de automóveis, sucessivos governos transferiram para o bolso da população o ônus do transporte público, que, nos países verdadeiramente desenvolvidos, é arcado pelo Estado.  Contando apenas com o obsoleto e sofrível sistema de ônibus, o cidadão sentiu-se obrigado a adquirir seu carro, cujo preço é absurdamente majorado pela bola de neve dos impostos e, mais recentemente, pela agiotagem das linhas de crédito a perder de vista.

O conceito de cidadania, muito em moda na retórica oficial, não passa de palavra vã. Porque a verdadeira cidadania implica garantir acesso a serviços públicos de qualidade à população, entre eles, o de transporte. Enquanto se isso não acontecer, continuaremos andando de ré. 

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